1 de abril de 2010

Sozinha



Aqui, acompanhada por mim mesma, revejo os vislumbres de sobriedade que havia perdido há muito, refaço os caminhos que estavam já alagados pelo temporal, inventario os estragos e projecto as reparações.
Neste momento de paz profunda olho para dentro após meses de altruísmo puro e cruel para comigo mesma, após duras horas de instabilidade e perturbação, sinto agora que é a minha vez, é hora de conseguir virar-me para o que eu preciso, para o que eu mereço. Oiço as andorinhas, a Primavera chegou e trouxe com ela todos os sonhos e sorrisos, todas as causas que já estavam perdidas e nas quais eu volto a acreditar como se fossem verdadeiras.
Ai, como eu adoro estes momento comigo mesma, eu e a minha almofada num frenesim de sonhos e expectativas, de certezas absolutas.
É aqui que me encontro, é aqui que sou eu sem receios nem tentativas de ser melhor, simplesmente sou eu, e mais ninguém, mais nada. É assim que eu sou feliz, na simplicidade do meu ser.

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